Ficha Pedro Luis Panigassi [Ficha de Personagem]

Podia se ouvir, mesmo com o enorme baralho das confusões espalhadas pelo local, o choro do pequeno bebê. Largado nu em meio ao lixo, provavelmente teria um destino cruel, contudo a sorte resolveu sorrir para ele pela primeira vez e um senhor que passava por lá o encontrou e levou consigo como sua cria. O velho, que trabalhava procurando algo de valor em meio ao lixo, não tinha condições de cuidar do menino, todavia, seu gentil coração não lhe permitia cometer a atrocidade de deixar uma pobre criança morrer. Tratou então de cuidar muito bem dela, mesmo em meio a tantas dificuldades: “Já estou velho e decadente, o que posso fazer é ajudar essa jovem alma a ter algo melhor do que tive”, decidiu-se.
Anos depois...
-Moleque maldito, volte aqui com minhas verduras! – não adiantava tentar seguir o garoto, ele se escondia em meio à multidão e sumia da vista do comerciante. Então, ele saia da cidade e agora já poderia respirar. - Arf, arf! Bom, já tenho o almoço e o dinheiro para amanhã. – de sua pequena bolsa tirava uma série de carteiras, roubadas durante sua corrida. Sentia, além do cansaço, uma pequena dor na sua cicatriz, adquirida em sua primeira tentativa de furto. Agora, mais calmo voltava para sua pequena casa localizada nas montanhas. – Toma aqui, velho. – jogava o dinheiro e a comida coletada encima da mesa.
-Pedro, esteve metido em roubos de novo? – o olhar era de preocupação, não queria que seu filho se tornasse um ladrãozinho batedor de carteiras como se podia observar. – Dane-se o que estou fazendo, isso é problema meu. – de maneira áspera retrucava a pergunta do senhor e já partia na direção do seu quarto. “Talvez seja impossível criar alguém honesto em meio a esse inferno”, o velho se lamentava.
No outro dia, Panigassi repetia a rotina, agora em busca de fazer novas compras já que obtivera a grana no dia anterior, o que não esperava era a cena com que se depararia quando retornasse a sua morada: ensangüentado estava o velho, os graves ferimentos e a precária idade já indiciavam sua morte. Em raro momento de desespero, Pedro correu  até ele na tentativa de prestar primeiro socorros:
-Agüenta firme, velhote! Eu irei salvá-lo! – contudo, seus esforços eram interrompidos pelo próprio ferido, - Não adianta eu já estou em vias de morrer de qualquer jeito. Fico feliz como tenha crescido de maneira tão saudável meu pequeno filho, agora só te pelo uma última coisa: por favor, lute pela justiça que acredita, siga seu caminho e se torne aquilo que você mais deseja: o homem que transformará este inferno em céu. – suas últimas palavras eram ditas duma só vez.
-HAHAHAHAHAHAHA’, Não se preocupe menino, logo fará companhia a esse velho no outro mundo. – da porta saia assassino, que se tratava do comerciante que dias atrás Pedro havia roubado. O moleque estava p da vida, a tristeza em seu coração transformava-se em ódio puro. Mesmo com o adversário possuindo uma arma de fogo em suas mãos, não hesitou em partir para cima do mesmo, contudo... BANG! O tiro era certeiro e por coincidência no local onde ficava sua antiga cicatriz. Caia no chão, tossindo sangue e gemendo de dor, o comerciante por sua vez ria-se:
- Não passa de um bostinh* mesmo. Você é fraco garoto, fraco! Mudar esse mundo? Que sonho mais ridículo! Ser um ladrãozinho é o que mais combina com um reles lixeiro como você.
- Você tem razão... -  usando toda a força que lhe restava, Pedro erguia-se- Eu sou fraco, e para fazer aquilo que eu realmente desejo eu preciso ser forte. Por isso, eu vou me tornar forte! Eu prometo pra você, velho! O animal mais forte é o que está no topo da cadeia alimentar! Por isso, eu serei o mais forte e minha justiça prevalecerá! – assustado o assassino recuava. Aproveitando a brecha, Panigassi usava toda sua energia para avançar sobre o oponente e lhe aplicar um soco certeiro na barriga, fazendo-o cair no chão e derrubar sua arma. Sem ao menos dar chance de revide, o jovem rapaz pegou a arma e apontou para o inimigo: - O mais fraco deve ser eliminado, por isso morra! – BANG! A história do vendedor de verduras chegava ao fim, no seu limite Pedro caia no chão e descansava, teria agora que acordar não mais para ser um ladrãozinho qualquer, mas sim para se tornar o mais poderoso homem que este mundo já viu.